Novo estudo aponta que até o exercício moderado durante a gestação aumenta o composto que reduz o risco de doenças cardíacas, diabetes e obesidade nos bebés, ao longo da sua vida.
Ana Margarida Marques

Liderado por investigadores da Ohio State University Wexner Medical Center, um estudo apurou que o exercício durante a gravidez aumenta um composto no leite materno que reduz os riscos de os bebés virem a ter graves problemas de saúde de futuro, como diabetes, obesidade e doenças cardíacas.

Stanford e a sua equipa – que incluiu investigadores da University of California San Diego, do Arkansas Children’s Nutrition Center e do Joslin Diabetes Center – examinaram ratinhos nascidos de mães sedentárias e deram-lhes leite de mães que foram ativas durante a gravidez. 

A equipa de investigação apurou que os benefícios de saúde nas mães em boa forma eram transferidos para os bebés, demonstrando que estes eram, de facto, passados através do leite materno e não simplesmente herdados traços genéticos.

Caminhada diária é suficiente para gerar benefícios

Os investigadores também acompanharam 150 mulheres grávidas e pós-parto e monitorizaram a sua atividade física. Segundo os resultados, as mães que registaram mais passos por dia tinham um aumento de um composto, conhecido como 3SL, no seu leite materno. Os autores acreditam que o composto em causa é responsável por tais benefícios para a saúde.

“O aumento do 3SL não estava necessariamente relacionado com a intensidade do exercício, pelo que mesmo o exercício moderado como uma caminhada diária é suficiente para gerar benefícios”, disse Stanford. 

Segundo o autor, “o exercício também é óptimo para a sua saúde geral durante e após a gravidez, por isso qualquer coisa que possa fazer para se mexer vai beneficiar tanto a si como ao seu bebé”.

A pensar nas mães que não possam amamentar por alguma razão, os investigadores estão a estudar a hipótese de isolar o composto benéfico encontrado no leite materno das mães ativas e adicioná-lo à fórmula infantil para lactentes.

Os resultados do estudo encontram-se publicados na revista Nature Metabolism.