Segundo Helena Real, da Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN), as consultas de nutrição são a garantia do estado de saúde da mãe e do bebé, com o objetivo de confirmar o peso da grávida e a ocorrência de carências ou excessos alimentares.
Independentemente de sentir bem-estar físico, a futura mãe deve aconselhar-se sobre o seu peso ideal durante a gravidez junto do médico assistente ou de um especialista de nutrição.
Qualidade e diversidade
Preconiza-se uma alimentação variada, equilibrada e completa, diversificando a dieta dentro dos vários grupos de alimentos da roda alimentar: cereais e derivados, tubérculos; hortícolas; fruta; laticínios; carnes, pescado e ovos; leguminosas; gorduras e óleos. Por serem nutrientes ricos em fibras alimentares, vitaminas, minerais, os cereais integrais, a fruta e os produtos hortícolas devem ser ingeridos em maior quantidade. “É importante racionar aquilo que come e procurar a qualidade, nunca a quantidade”, alerta a nutricionista Helena Real.
Refeições e bebidas
Outra recomendação é realizar seis a sete refeições por dia: pequeno-almoço, lanche da manhã, almoço, dois lanches da tarde, jantar e ceia. Os intervalos das refeições não devem ser superiores a três horas e meia. É importante mastigar pausadamente os alimentos. O consumo de água deve ser aproximadamente litro e meio por dia, recomenda Helena Real. Por outro lado, devem ser evitados os refrigerantes, as bebidas com cafeína e as bebidas com álcool.
Confeção dos alimentos
A nutricionista da APN aconselha os pais a optarem por métodos culinários saudáveis: cozidos, grelhados, caldeiradas, estufados e assados com pouca gordura. Deste modo, evita-se o consumo exagerado de calorias, explica Helena Real.
Independentemente da necessidade de lavar bem os alimentos antes de serem consumidos, deve verificar que os mesmos estão bem cozinhados, reduzindo a probabilidade do desenvolvimento de doenças.
Durante a gravidez devem ser assegurados cuidados de prevenção de riscos alimentares, nomeadamente a contaminação com bactérias nos alimentos.
A salmonela, a toxoplasmose e a listeriose são exemplos de infeções que podem comprometer a saúde da grávida e do bebé.
Lácteos e amamentação
“Ter medo de não ter leite” é uma grande preocupação de algumas mães, refere Andreia Vilaranda, reforçando que o êxito da amamentação não depende da forma como a mãe se alimenta, mas sobretudo da técnica da amamentação.
No entanto, a nutricionista aconselha alguns cuidados alimentares para a fase do aleitamento.
Durante a gravidez são necessárias três porções diárias de laticínios, o que corresponde a 750 ml de leite e de derivados (queijo e iogurtes).
Durante a amamentação, é importante reforçar a ingestão de laticínios até um litro, aconselha.
Atenção ao sal e ao açúcar
A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo inferior a cinco gramas de sal por dia. Está aconselhada a substituição do sal comum por sal iodado, especialmente nas grávidas. Uma adequada ingestão de iodo na gravidez é essencial para a maturação do sistema nervoso central do feto e para o seu adequado desenvolvimento.
O consumo excessivo de açúcar durante a gravidez pode ser prejudicial para o feto e para a saúde da grávida.