As dores de cabeça são uma situação muito comum nas crianças. Saiba mais sobre as principais causas, os cuidados a ter e como aliviar ou tratar as dores.
Texto: Mário Cordeiro | Fonte: Guia Essencial Saúde do Bebé dos 0 aos 3 anos. Edição Especial O Nosso Bebé | Fotografia: Shutterstock

As dores de cabeça são uma situação muito comum nas crianças, embora em mais velhas: entre metade e dois terços referem tê-las pelo menos uma vez por mês. 

De qualquer modo, mesmo cerca dos três anos uma criança pode referir ter dores de cabeça e, se isso não deve ser considerado, de imediato, uma doença, pode ser um indicador de que “algo está mal”. 

Embora na maior parte dos casos estas dores sejam esporádicas e ligeiras, causam muitas vezes preocupação e ansiedade, além de poderem afetar o dia-a-dia das crianças e dos adolescentes.

Embora na maior parte dos casos estas dores sejam esporádicas e ligeiras, causam muitas vezes preocupação e ansiedade, além de poderem afetar o dia-a-dia das crianças e dos adolescentes.

Causas possíveis

As dores de cabeça nas crianças são fundamentalmente causadas por doenças, desde infeções respiratórias banais (gripe, faringite, amigdalite) a alergias, (febre dos fenos, sinusite), passando por muitas outras situações, a maioria discretas e passageiras; aliás, praticamente todas as doenças podem manifestar-se por ou ser acompanhadas de dores de cabeça.

Um episódio isolado só muito raramente é sintoma de doença preocupante. No entanto, se a dor for muito intensa e/ou se não passar em alguns dias, é conveniente consultar o médico.

Dentes

O nascimento dos molares ou a cárie dentária, especialmente se houver infeções.

Otites e barotraumatismos

Devido à pressão ao saltar por exemplo para uma piscina.

Enxaqueca

Pode surgir nas crianças, mesmo nas de pouca idade, sobretudo se houver antecedentes familiares, embora muitas pessoas ainda achem que é uma doença “dos mais velhos”.

Baixa de visão

Curiosamente, uma das primeiras situações que vem à cabeça quando se fala de dores na dita é a falta de visão. Mas a baixa da visão, só muito raramente é que é causa de dor de cabeça prolongada e crónica.

Saltar refeições e fome

Seja por esquecimento, seja por que se está a fazer birra. Muitas crianças levantam-se de manhã com o tempo contado (ou melhor, mal contado) e saem de casa sem tomar o pequeno-almoço. Depois de um jejum noturno quase sempre superior a 10 horas, os níveis de açúcar no sangue baixam muito, faltam as forças físicas e aparece irritabilidade, má disposição e dores de cabeça.

Dormir pouco

É outra causa bastante frequente, designadamente quando a criança não dorme a sesta.

Traumatismos cranianos

Mesmo não sendo violentos, podem causar dor de cabeça mantida durante uns dias ou semanas. Se for o caso, a criança deverá ser observada.

Televisão e ecrãs a mais

Vigie o tempo de ecrã da criança no dia a dia.

Viagens longas de carro

Faça uma pausa nas viagens para caminhar um pouco, ir à casa de banho, desanuviar, fazer uma pequena refeição.

Ir ao médico com a criança 

A maior parte das dores de cabeça correspondem a uma causa muito concreta e passam quando a mesma é corrigida. 

Os casos graves são felizmente raros, mas não convém aligeirar a situação, sobretudo se não se encontra uma causa definida e/ou se as dores são fortes, perturbam ou impedem a atividade normal ou se são muito frequentes (mais de uma por semana), ou então quando fazem a criança acordar de noite. 

Outra razão para ser observado por um médico é pura e simplesmente haver preocupação com a questão. 

Caso não se justifique a intervenção de um médico, é aconselhável deitar a criança num quarto calmo, em penumbra e fresco, colocar um pano frio nas têmporas, dar mimo, ajudar a respirar devagar e profundamente, e não criar pânico ou alterar o tom de voz.

Outras medidas auxiliares, como o repouso ou a mudança de atividade, podem ajudar a resolver o problema. 

Tratamento

Há vários medicamentos para tratar as dores de cabeça banais: o paracetamol ou o ibuprofeno são um exemplo. 

De qualquer forma, como estes fármacos podem ter todos eles efeitos colaterais e contraindicações, convém perguntar ao médico-assistente qual o que está melhor indicado para a criança em questão.