As refeições são um aspeto central da vida familiar, afetando a saúde e o bem-estar tanto das crianças como dos adultos.
Investigadores da Universidade de Illinois (EUA) acompanharam mais de 500 crianças em idade escolar para entender como a hora da comida afetava a sua saúde e o bem-estar.
O estudo pretende ajudar as famílias a compreender a importância de realizar refeições em conjunto, refere um comunicado da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
“As refeições familiares são provavelmente uma das tarefas mais fundamentais e frequentes em que as famílias se envolvem. Se quisermos melhorar a saúde das crianças e das famílias, a abordagem eficaz da hora das refeições familiares exigirá alguma atenção”, observa Allen Barton, autor principal do estudo.
“Mas ao pensarmos nesta questão temos de evitar respostas demasiado simplistas e considerar abordagens mais holísticas às soluções”.
Barton avança que estudos anteriores sobre a hora das refeições familiares tenderam a focar-se em fatores sociológicos ou psicológicos, mas o novo estudo mostra que ambas as dimensões estão intimamente ligadas.
Organização diária em casa deve ter estabilidade e rotinas
Allen Barton e as coautoras Brenda Koester, Elinor Fujimoto e Barbara Fiese, questionaram famílias residentes no estado de Illinois sobre a alimentação planeamento e preparação de alimentos, bem como organização da hora das refeições.
Segundo Barton: “Precisamos de assegurar que as famílias tenham acesso a alimentos saudáveis. Mas precisamos também de garantir que os adultos dentro da família se sintam competentes para preparar e planear refeições, e que a organização diária em casa tenha alguma estabilidade e rotina”.
Os investigadores identificaram diferentes comportamentos nas estratégias usadas na preparação de alimentos e nos comportamentos à hora das refeições.
Algumas famílias demonstraram uma maior dificuldade em organizar as tarefas diárias, reportaram menos refeições semanais em conjunto e maior utilização de tecnologia durante as refeições.
Tais comportamentos estão correlacionados com um consumo e resultados alimentares menos saudáveis, alerta Barton.
Os investigadores encontraram consenso geral na maioria dos desafios comuns entre as famílias no que diz respeito às refeições em casa, incluindo lidar com picky eaters – quando uma criança (ou adulto) recusa frequentemente os alimentos ou come os mesmos alimentos repetidamente – ou a tentação de confecionar menus mais fáceis.
É essencial desenvolver recursos práticos para orientar famílias
“Os resultados deste estudo são importantes para nos ajudar a desenvolver recursos práticos que as famílias podem utilizar para enfrentar os desafios que enfrentam no fornecimento de refeições saudáveis e de refeições familiares regulares”, observa Koester.
Por outro lado, a investigação fornece informação aos decisores políticos para abordar questões estruturais sobre o acesso aos alimentos, bem como sugestões para mudanças dentro de casa.
“Precisamos também de ajudar as pessoas a aumentar a sua confiança na preparação das refeições, bem como na construção de rotinas, previsibilidade e organização para a vida em casa”, afirma Barton.
Para as famílias, o investigador enfatiza a importância de se dar prioridade às refeições em conjunto. “Estes aspectos da vida familiar que podem parecer triviais são realmente formativos. Pense num aspecto que deseja melhorar nesta área – quer seja ter mais refeições saudáveis, menos uso do ecrã durante as refeições, aprender sobre o acesso a bancos alimentares, ou apenas ter mais refeições conjuntas durante a semana – e depois desenvolva uma estratégia para o fazer. Existem alguns recursos extraordinários, incluindo os criados pelos investigadores e educadores da Universidade de Illinois, disponíveis para o ajudar a si e à sua família”.
Mais informações: Family Resiliency Center
