As crianças ficam mais relaxadas quando ouvem canções de embalar, mesmo quando não estão familiarizadas com as suas melodias e palavras. É a conclusão de um estudo, conduzido em 2018 e 2019, no Laboratório de Música de Harvard, dedicado à psicologia da música desde a infância até a vida adulta.
Os resultados foram publicados na revista Nature Human Behaviour.
Conforme relata um artigo publicado pela Harvard University, a equipa de investigação deu a escutar músicas infantis de todo o mundo a um grupo de bebés americanos.
Enquanto escutavam as canções de embalar, as crianças apresentaram sinais de um maior relaxamento. Curiosamente as canções tiveram um efeito calmante, independentemente da língua em que eram cantadas ou se já eram familiares ou não dos bebés.
Foram observados diversos comportamentos nos bebés de “relaxamento” ou “agitação” através da dilatação das pupilas, alterações do ritmo cardíaco, atividade eletrodérmica (sinais a partir da resistência eléctrica da pele), frequência de piscar os olhos e direção do olhar.
Bebés reagiram de igual forma a canções de diversas culturas e línguas
O repertório musical utilizado pelos investigadores foi escolhido através de estudos anteriores, tendo por base o recurso a uma “amostra cultural diversa”.
As cantigas selecionadas incluíam canções de embalar e outras canções, originalmente escutadas em diversas culturas, para expressar amor, “curar doenças” ou incentivar a dança.
Línguas como o gaélico escocês (uma língua distinta do escocês), hopi (falado numa nação indígena do nordeste do Arizona, nos Estados Unidos) e nahuatl (falada no território atualmente correspondente à região central do México), e regiões incluindo a Polinésia, América Central e Médio Oriente também foram representadas nas canções escolhidas.
Adicionalmente, os investigadores também pediram aos pais que ouvissem as músicas e escolhessem quais usariam para acalmar os seus bebés. Quase todos os pais escolheram canções de embalar.
Os resultados reforçam os benefícios da música na infância e a utilidade da musicoterapia.
As conclusões sugerem que as crianças podem estar predispostas a responder da mesma forma a canções de embalar encontradas em diferentes culturas, segundo os autores.