A Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF) alerta para a preocupação pelo baixo nível de atividade física dos alunos do primeiro ciclo e lembra que a pandemia veio agravar ainda mais o “problema”.

Os hábitos de atividade física têm de começar o mais cedo possível e com regularidade. O alerta é dado pela Sociedade Portuguesa de Educação Física (SPEF).

Em declarações à Lusa, Nuno Seruca Ferro, presidente da SPEF, refere que no primeiro ciclo a Educação Física “é uma matéria que está a cargo do professor titular de turma, que leciona todas as áreas do currículo, mas cuja formação de base faz com que se afaste um pouco da Educação Física”.

Nuno Seruca Ferro considerou que a questão é tão mais importante quando se sabe que é nesta fase que se criam hábitos que podem perdurar no futuro.

Os hábitos de atividade física “não podem ser episódicos, com eventos esporádicos. A regularidade e frequência é fundamental para se formarem novos hábitos”, defende o presidente da SPEF.

Pandemia tem efeitos na saúde das crianças

O responsável lembra que doenças como a diabetes e a obesidade estão a instalar-se cada vez mais entre os jovens.

Por essa razão, o porta-voz considera que “o grande desafio é garantir que as identidades oficiais percebam o que está a acontecer”.

Nuno Seruca Ferro destacou os efeitos da pandemia, avançando que “a regressão dos alunos em termos das suas capacidades está em níveis anormais para crianças desta idade” e que “há um trabalho de recuperação que tem de ser feito”.

Promover a atividade física escolar na Europa

A SPEF é parceira nacional do projeto europeu EuPEO (Observatório Europeu da Educação Física), que pretende fazer a avaliação da qualidade da disciplina de Educação Física em vários países europeus.

O EuPEO é um projeto financiado pela Comissão Europeia através do programa Erasmus Plus Sport, em desenvolvimento desde 2018 e coordenado pela Faculdade de Motricidade Humana em parceria com a SPEF.

A parceria colaborativa europeia envolve doze parceiros institucionais de oito países (Portugal, França, Alemanha, República Checa, Hungria, Suíça, Irlanda, Eslovénia), incluindo associações profissionais de professores de educação física e universidades ou centros de investigação, num total de 22 investigadores.

O projeto serve de estrutura à plataforma do futuro Observatório Europeu de Educação Física, que terá como objetivo promover a Educação Física, assim como o Desporto Escolar e outras formas de atividade física escolar na Europa.