Uma equipa de investigação analisou o efeito das substâncias tóxicas da carne entre 4400 crianças norte-americanas, dos dois aos 17 anos, que participaram no Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição de 2003 a 2006.
Os especialistas utilizaram um questionário de frequência alimentar para calcular a quantidade de carne ingerida e também analisaram relatórios de sintomas respiratórios.
O estudo sugere que uma dieta rica em carne pode ser potencialmente prejudicial para as vias respiratórias e a saúde pulmonar das crianças.
O artigo encontra-se publicado online este mês na revista Thorax.
Toxinas da carne afetam células dos pulmões
Os AGEs, chamados produtos finais avançados de glicação, são toxinas libertadas à medida que a carne é cozinhada a altas temperaturas.
Os autores do estudo explicaram que os AGEs afetam as células dos pulmões, causando inflamação e uma resposta do sistema imunitário que pode causar sibilância.
“O sibilo infantil é frequentemente a primeira manifestação de doença das vias respiratórias, mais frequentemente a asma”, avança a autora principal Jing Gennie Wang, especializada em doença pulmonar, da Ohio State University.
A investigação não comprova que comer carne provoca sibilos e as suas potenciais consequências, apenas que parece existir uma associação.
O estudo refere-se a carnes processadas como salsichas e salpicão, carnes vermelhas, como carne de vaca e de porco, e aves.
Limitar a quantidade de carne em crianças e adultos
Jonathan Grigg, professor na Queen Mary University of London, no Reino Unido, escreveu um editorial que acompanhou o estudo.
O especialista observa que existem muitos fatores que influenciam o desenvolvimento da asma e de outras doenças respiratórias.
Contudo, existem também outras boas razões para limitar a quantidade de carne nos adultos e nas crianças.
“Penso que o consumo total poderia ser reduzido sem quaisquer efeitos prejudiciais para a saúde da população”, escreve.