A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF recomendam o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses e a manutenção da amamentação com alimentos complementares até aos dois anos de idade ou mais idade.
Porquê continuar a dar leite materno
“As vantagens de manter a amamentação passam por continuar a oferecer à criança o leite materno, fonte essencial de energia e de ácidos gordos essenciais, já que tem um conteúdo de gordura relativamente elevada em comparação com a maioria dos alimentos complementares da alimentação da criança”, refere Madalena Fernandes, Enfermeira de Saúde Materna e Obstetrícia.
Além disso, “os ácidos gordos existentes na composição do leite materno contribuem para a absorção das vitaminas de origem vegetal ingeridas na alimentação da criança, nomeadamente em purés de legumes”.
Mas o impacto mais importante da amamentação será revelado em momentos de doença da criança frequentes com a entrada na creche, em que o apetite diminui: “Através do leite materno, a criança poderá receber todos os nutrientes essenciais importantes para a sua recuperação, para além de prevenir a desidratação enquanto está doente.”
Os direitos da mãe trabalhadora
Muitas mães amamentam após os três ou quatro meses de idade do bebé, mesmo regressando ao trabalho.
A mãe trabalhadora que pretenda amamentar deve entrar em acordo relativamente a horários e condições físicas da empresa para conciliar o horário de amamentação ou de coleta de leite materno e a sua conservação.
Grupos de apoio de mães que amamentam
O recurso a grupos de apoio e a profissionais de saúde poderá ser uma forma de ajudar a mãe a ultrapassar as dificuldades, esclarecendo dúvidas que possam surgir e incentivando e capacitando as mães para o direito a amamentar.
“Os grupos de apoio, de mães que amamentam, permitem a troca de experiências e de dificuldades, o que vai promover a descoberta de novos caminhos e de soluções, e reduzir a ansiedade normal nesta fase”, avança a Enfermeira de Saúde Materna e Obstetrícia.
Planeie como vai continuar a amamentar
Manuela Ferreira, Enfermeira de Saúde Materna e Obstetrícia, explica que a mulher trabalhadora que amamenta tem direito a dois períodos de uma hora para amamentar.
No planeamento do local onde o bebé vai ficar, ama ou creche, deverá ter em consideração a distância ao local de trabalho.
Algumas instituições possuem já creches integradas ou espaços que permitem às mulheres usufruir deste direito sem terem que se deslocar.
Saiba como manter a produção de leite
O reinício da atividade laboral pode interferir com a produção de leite devido a diversos fatores.
Para manter a produção de leite, as mães devem amamentar sempre que estiverem em casa (de manhã, à noite e quando possível).
No local de trabalho é importante retirar o leite materno com a frequência com que o bebé mamaria se estivesse com a sua mãe, de forma a manter a produção.