A dermatite da fralda é uma inflamação que atinge as áreas cobertas pela fralda. Saiba como agir e conheça as principais causas relacionadas.
Texto: Colégio da Especialidade de Enfermagem em Saúde Infantil e Pediátrica, Ordem dos Enfermeiros | Edição: Ana Margarida Marques

A dermatite da fralda, também chamada de eritema da fralda, é uma dermatose inflamatória que atinge as áreas cobertas pela fralda. 

As áreas mais atingidas são o períneo, nádegas, escroto e grandes lábios, região inferior do abdomén e coxas locais que estão em contato direto com a fralda. As zonas de pregas não são afetadas. 

A dermatite da fralda é uma das lesões de pele mais frequentes na infância, sobretudo no primeiro ano de vida causando muito desconforto ao bébé.  

Apesar do termo “dermatite da fralda”, a fralda por si só, muito raramente ou nunca está implicada no desenvolvimento de dermatites de contacto irritativas ou alérgicas em crianças.

Como fica a pele com o eritema

O eritema pode variar de intensidade ao longo do tempo, caracterizando-se inicialmente por pele vermelha e brilhante.

Além disso, o eritema pode agravar e apresentar pápulas eritematosas, que consistem em áreas circunscritas da pele, de consistência sólida, na maioria dos casos com menos de 1 cm de diâmetro de cor avermelhada, associada a edema (inchaço) e descamação. 

A dermatite da fralda pode ser causada por muitos fatores, tais como:

  • tipo de fralda
  • aumento da temperatura
  • humidade do local da fralda
  • óleos e pomadas
  • micróbios

Como aparecem os micróbios

Após o comprometimento da barreira cutânea a pele fica vulnerável às infecções por agentes microbianos oportunistas.

Entre os micróbios, o mais frequente é o fungo Candida albicans, que contamina a zona de dermatite com mais de três dias de evolução.

Humidade das fraldas prejudica pele

A humidade resulta da presença da urina num ambiente mais quente provocado pela fralda. Com a fricção resultante dos movimentos do bebé, a pele sofre uma agressão por parte das fezes e urina que atuam como irritantes químicos.

As fezes, em contacto com a urina, elevam o pH, ativando enzimas (digestivas proteolíticas e lipolíticas) que existem nas próprias fezes. Assim as enzimas agridem a pele e causam alterações na barreira epidérmica que, por sua vez, perde a sua proteção fisiológica.

Situações de doença agravam eritema

Existem certos fatores que aumentam o risco de dermatite da fralda: diarreia, desidratação e toma de antibióticos tornam a pele mais vulnerável.

Alergias de contacto são frequentes

Outras causas podem estar na origem da dermatite da fralda, entre as quais a alergia de contacto, que pode resultar de algum corante existente na fralda ou do adesivo para a sua fixação, que podem encostar diretamente na pele do bebé.

Em caso de dermatite da fralda, converse com o médico assistente e esclareça todas as suas dúvidas.

AUTORES CONSULTADOS:

O Grande livro do bebé: o primeiro ano de vida, Mário Cordeiro, Editora Esfera dos Livros, 7a Edição, 2011

O Livro da criança: dos 1 aos 5 anos, Mário Cordeiro, Editora Esfera dos Livros, 6a Edição, 2012

Quadro clínico e tratamento da dermatite da área das fraldas – Parte II, Anais Brasileiros de Dermatologia, 2009

Nascer e Crescer, Revista do Hospital de Crianças Maria Pia