Quanto mais elevada é a percentagem de gordura corporal de um recém-nascido à nascença, maior a probabilidade de vir a ter excesso de peso ou obesidade entre os dois e os seis anos de idade, conclui um estudo publicado na revista Pediatrics.
Ana Margarida Marques

A obesidade está associada a doenças como a diabetes e problemas cardíacos. A obesidade infantil é uma realidade em todo o mundo e em Portugal não é exceção. 

Uma equipa de investigação procurou explorar a associação a longo prazo entre a adiposidade neonatal – percentagem de gordura corporal do recém-nascido – o índice de massa corporal (IMC), o excesso de peso e obesidade infantil.

O artigo da revista Pediatrics refere que quanto maior for a percentagem de gordura corporal de um recém-nascido, maior a probabilidade de vir a ter excesso de peso ou obesidade entre os dois e os seis anos de idade.

O estudo teve por base o acompanhamento de 979 filhos de mães, realizado no Colorado, nos Estados Unidos. O programa seguiu mais de mil mulheres desde 2009 com o intuito de avaliar o impacto das exposições pré-natais nos recém-nascidos. 

Manter-se saudável na gravidez

A gravidez pode implicar desafios emocionais e físicos, o que leva a que muitas mães façam escolhas menos saudáveis.

Uma dieta caracterizada por uma maior ingestão de alimentos menos saudáveis consumidos durante a gravidez está associada a ter um bebé com maior adiposidade ao nascimento. 

Por outro lado, as mulheres que fazem mais exercício durante a gravidez, especialmente no terceiro trimestre, têm bebés que têm uma adiposidade mais baixa à nascença, refere o estudo.

Na gravidez a dieta deve ser saudável e rica em frutas, vegetais, grãos inteiros, lacticínios com pouca gordura e proteínas magras. 

As mulheres grávidas devem conversar com os seus médicos sobre um nível de atividade que seja saudavelmente sustentável para elas.

Promover a saúde dos mais pequenos

O estudo salienta a importância do papel dos pais na prevenção da obesidade infantil e de haver um acompanhamento da criança pelo médico pediatra. 

É essencial que haja uma “orientação dos pais” e que as crianças não sejam repreendidas por causa do seu peso ou forçadas a uma dieta específica.

Os autores defendem que haja uma estrutura que promova uma alimentação saudável e hábitos de atividade física. 

É aconselhável “limitar os alimentos processados e incorporar entusiasticamente alimentos mais saudáveis em pratos que já adoram”.

Os pais também devem ser encorajados a proporcionar programas “sem ecrã familiar” e atividades divertidas, como dançar ou fazer passeios.

Quanto mais cedo os pais estabelecerem hábitos saudáveis para a família, melhor será o sucesso das crianças.