A APSI recomenda deixar o carro uns metros mais afastados da escola e fazer uma pequena caminhada, que tantas vezes se transforma em momentos de diálogo compensador.
Texto: Rosa Afonso, pela Comunicação da APSI | Fotografias: Shutterstock

Este é um ano atípico, aumentando, sobretudo no início do percurso escolar de uma criança, a ansiedade em pais e filhos.

Por essa razão, mais que nunca é importante garantir escapes saudáveis. O brincar ganha ainda mais importância e por isso é fulcral assegurar estratégias, respeitando as regras básicas indicadas pela Direção Geral da Saúde, de relacionamento e interação entre as crianças.

O Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, bem como a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) e a Sociedade de Infeciologia Pediátrica da SPP mais do que serem favoráveis, aconselham mesmo a que as aulas sejam presenciais. Estas entidades afirmam que é preciso estarmos atentos aos novos desenvolvimentos da pandemia, mas sublinham que os estudos indicam que os surtos escolares são raros.

Em tempos de tanta incerteza, alcançar um equilíbrio será a melhor arma para combater outros males.

E por falar em males, um dos que importa combater neste regresso são os maus exemplos de alguns pais/ encarregados de educação, na largada e recolha das crianças à porta da escola.

O estacionamento em segunda fila, em cima de passadeiras ou passeios, também pode matar!

O estacionamento em segunda fila, em cima de passadeiras ou passeios, também pode matar!

Não permite o atravessamento em segurança ou o simples caminhar no local mais adequado, para além de prejudicar a visibilidade, nomeadamente de pessoas com estatura mais baixa, como é o caso das crianças.

Além disso, mais do que um péssimo exemplo que se deixa às gerações futuras, este ano acresce o facto de propiciarem ajuntamentos à porta das escolas, totalmente desaconselhados.

Deixar o carro uns metros mais afastados e fazer uma pequena caminhada, que tantas vezes se transforma em momentos de diálogo compensador, é o que a APSI recomenda.

Se a criança já for detentora de alguma autonomia (por exemplo, quando passa para o 2º ciclo do Ensino Básico), a promoção do percurso casa->escola a pé, é uma boa maneira de começar a ganhar experiência no ambiente rodoviário. Alguns percursos de “treino”, com um adulto, são indispensáveis, nas primeiras vezes, para que a possamos ajudar a fazer as melhores escolhas e a identificar os perigos envolvidos. O uso de roupa clara ou de materiais refletores, por exemplo na mochila, ajuda a que sejam mais facilmente vistas.

E se na vossa zona houver um programa como o SigAPÉ – um projeto implementado pela APSI e criado no âmbito da mobilidade segura e suave que pôs em marcha um “autocarro humano”, com caráter regular? Segurança e divertimento: um verdadeiro 2 em 1!

Se a opção for o Transporte Coletivo de Crianças, devemos assegurar-nos que a Lei 13/2006 que o legisla, é integralmente cumprida. Sobretudo em aspetos como: há cintos de segurança em todos os lugares? A criança é transportada numa cadeirinha adequada ao seu tamanho e devidamente instalada de acordo com a indicação do fabricante?

O uso de roupa clara ou de materiais refletores, por exemplo na mochila, ajuda a que sejam mais facilmente vistas.

Mesmo em carrinhas de 9 lugares, em que a sua presença não é obrigatória, haver vigilante (e não apenas o motorista) é, sem dúvida, uma mais-valia e um garante de segurança; não apenas durante a viagem, mas, inclusive, na largada e tomada dos pequenos passageiros.

Sabemos bem o esforço a que as escolas foram obrigadas neste ano letivo para darem a melhor resposta possível aos desafios que a pandemia nos trouxe. Contudo, os procedimentos de atuação em caso de emergência têm de continuar salvaguardados, nomeadamente as saídas de emergência bem assinaladas, extintores devidamente inspecionados e profissionais formados para saber atuar de acordo com a situação emergente com que se venham a deparar.

Terminamos quase da mesma forma que começámos: este ano é um ano atípico. Ninguém consegue prever o que vai acontecer, nem como. 

Mas, há riscos que já conhecemos, que estão perfeitamente identificados e, a melhor parte é que, já sabemos como os prevenir ou evitar.

Portanto, no que depender de nós, não vamos facilitar! No que depender de nós, vamos garantir que vai correr bem! No que depender de nós, vamos ajudar os nossos filhos a ter um ano letivo o mais tranquilo, profícuo e compensador possível. 

Façamos a nossa parte e lembremo-nos que eles têm sido uns verdadeiros super-heróis em miniatura a saberem adaptar-se e dar resposta às situações inesperadas que foram surgindo. 

Bom ano letivo a todos!