Antigamente, as famílias eram geralmente mais numerosas e alargadas, coabitavam e cuidavam das várias crianças. Hoje muitos pais precisam de assegurar que os filhos sejam cuidados durante o período em que estes trabalham.
Em princípio, a criança está melhor com os pais nos primeiros tempos de vida. «A licença de maternidade e de paternidade são um reconhecimento disso, no entanto, nem sempre após esse período é possível à mãe ou ao pai ficarem com o bebé, porque a estrutura laboral, económica e social não o permite ou por opção de ambos», explica a psicóloga Teresa Abreu.
Papel dos avós
«Se existem avós ou um outro familiar disponível, essa é uma opção que alguns pais tomam, que assegura uma continuidade ao nível da cultura familiar e dos laços familiares e de que a criança “está em boas mãos”, embora por vezes receiem sentir-se desautorizados pelos seus próprios pais, numa relação mais competitiva do que de apoio», avança a especialista.
Escolher a creche
As creches constituem uma forma de socialização das crianças e de aprendizagem das normas e expectativas sociais, além de prestarem os cuidados por profissionais formados e experientes, num ambiente aberto e interativo.
É importante conhecer os principais requisitos na base de uma escolha da creche (Ler artigo Critérios Escolha Creche).
Criar um grupo de mãe e pais
Há quem procure soluções alternativas que considere mais satisfatórias para si e para os bebés, como reunir várias crianças num espaço, muitas vezes membros da mesma família ou entre amigos, recrutando uma ama ou educadora que fique em casa de um deles a tomar conta das crianças.
Uma estratégia pode ser criar um grupo de mães e de pais que ficam, à vez, a cuidar do grupo de crianças. «Qualquer que seja a solução que se toma, o importante é assegurar que na ausência dos melhores cuidadores – os pais – o bebé fica bem entregue no sentido afetivo e no que diz respeito aos cuidados de que necessita. Para tal é fundamental os pais começarem desde logo a definir quais são as suas necessidades, prioridades e expectativas em relação ao local e às pessoas com quem o querem deixar», avança Teresa Abreu, psicóloga clínica.
Escolher uma ama
«As amas podem cuidar da criança de forma individualizada, de acordo com as necessidades da criança em particular e muitas vezes no próprio ambiente caseiro da criança». Contudo, «o trabalho destas é, no entanto, apenas testemunhado pela própria criança».
Em relação à escolha de uma pessoa cuidadora, Teresa Abreu considera ser importante optar por uma ama recomendada por amigos ou familiares, ou com referências obtidas mediante a consulta de antigos empregadores, que tenha experiência com crianças da faixa etária da respetiva criança, e cujo horário e local de residência sejam compatíveis com os dos pais.
«Alguém com quem a criança se sinta segura e confortável, que goste de crianças e seja afetuosa, cujo estilo educativo não colida com o dos pais, nem se estabeleça uma excessiva competição com estes, atenta às necessidades e cuidados que a criança requer. É essencial conversar com a ama e acompanhá-la durante algum tempo, dando a conhecer a vossa criança e vendo como esta se adapta e reage a ela», recomenda.