Um artigo publicado na revista BMJ aponta que o consumo de cafeína pode prejudicar a gravidez. Diversos especialistas questionam as conclusões do estudo.
Ana Margarida Marques

Um artigo publicado na revista BMJ (The British Medical Journal) sugere que o consumo de café e de outros produtos com cafeína pode ter um impacto negativo na gravidez.

As conclusões são baseadas numa revisão de estudos científicos e indicam que a ingestão de cafeína poderá ter efeitos num feto em desenvolvimento. Por essa razão, as mulheres grávidas ou que estejam a considerar engravidar deveriam abster-se totalmente de ingerir café e outros produtos que contenham cafeína, acredita o autor Jack E. James, da Reykjavik University, na Islândia.

Especialistas não envolvidos na investigação questionam tais conclusões, noticia a CNN.

O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) mantém a recomendação atual de ser seguro o consumo moderado de cafeína (no máx. 200 mg /dia) durante a gravidez. O ACOG considera que não há necessidade de uma “mudança imediata da orientação atual” com base na investigação do BMJ. 

De igual forma, o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists do Reino Unido avança que o estudo “não substitui todas as outras provas que mostram que a ingestão limitada de cafeína é segura para a maioria das mulheres grávidas”.

Cuidados a ter com a cafeína

Sabe-se que ingerir 200 mg de cafeína equivale aproximadamente a duas chávenas de café por dia.

Contudo, a cafeína pode ser encontrada em vários alimentos e bebidas, o que pode dificultar a uma mulher grávida a perceção das quantidades que possa estar a consumir. São eles:

  • café;
  • chá, sobretudo chá preto e verde;
  • refrigerantes;
  • bebidas energéticas;
  • chocolates; 
  • alguns medicamentos.