Estudo nacional refere que os distúrbios de sono nas crianças durante o confinamento podem estar associados a uma “pior” higiene oral.

Os distúrbios de sono nas crianças durante o primeiro período de confinamento da pandemia de covid-19 podem estar associados a “uma pior higiene oral”, segundo um estudo nacional divulgado pela agência Lusa.

A conclusão é de uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Formação Avançada em Ciências e Tecnologias da Saúde (CEPSU-IINFATS).

“Quase 50% das crianças alteraram a sua qualidade do sono” e “cerca de 30% dos pais reportou que os seus filhos estavam a piorar a higiene oral”, indicam os dados da investigação.

Segundo Sofia Baptista, investigadora do CEPSU-IINFATS e odontopediatra no Hospital da Lapa, no Porto, em declarações à agência Lusa, o estudo pretende perceber “a perceção dos pais sobre a qualidade da higiene oral das crianças e as mudanças na rotina” durante o primeiro confinamento devido à covid-19.

O estudo contou com a participação de 253 pais portugueses e brasileiros de crianças com idades entre os 3 e os 15 anos.

Os investigadores e médicos avaliaram as características sociodemográficas, as atividades escolares das crianças online e a qualidade do sono.

Higiene oral deve ser um momento “divertido”

“O sono e a higiene oral fazem parte de uma rotina. Se temos crianças que dormem pior, temos crianças que vão aceitar menos uma rotina que é normal, vão estar mais sonolentas e maldispostas. O período de higiene oral é suposto ser um período divertido ainda que com toda a seriedade imposta para termos uma boa saúde”, segundo Sofia Baptista.

Manter as rotinas de higiene oral permite assegurar que a cavidade oral, os dentes e a gengivas estão limpas e saudáveis, mas “também permite ajudar a prevenir doenças, contribuindo muito para a qualidade de vida e saúde física e psicológica das crianças”.

“Se a higiene oral não é realizada com tanta frequência ou tanta eficácia porque a criança está sonolenta ou maldisposta, é espectável que se espere um aumento da cárie dentária”, alerta a investigadora. 

Números durante o primeiro período de confinamento

Segundo o estudo do CEPSU-IINFATS durante o primeiro período de confinamento:

72,2%

Dos pais reportou que as crianças tinham alterado as suas rotinas

50% 

Das crianças alteraram a sua qualidade do sono

30%

Dos pais reportou que os filhos estavam a piorar a higiene oral