As descobertas publicadas na revista Science são o resultado de um esforço para quantificar o que o autor principal Wim Thiery designa por “desigualdade intergeracional” das alterações climáticas.
O estudo refere que, se o aquecimento global continuar na sua trajetória atual, os bebés nascidos em 2020 vão viver mais desastres climáticos do que as pessoas que nasceram em 1960:
– o dobro de incêndios florestais
– 1,7 vezes mais ciclones tropicais
– 3,4 vezes mais cheias
– 2,5 vezes colheitas destruídas
– 2,3 vezes mais secas
Crianças na África Subsaariana podem viver 50 vezes mais ondas de calor
Os especialistas estudaram os riscos enfrentados pelas gerações anteriores com o número de eventos climáticos extremos que as crianças de hoje podem testemunhar ao longo das suas vidas.
As mudanças são especialmente dramáticas em certas regiões do globo.
Por exemplo, prevê-se que as crianças na África Subsaariana vivam 50 a 54 vezes mais ondas de calor do que na era pré-industrial.
“Os jovens estão a ser atingidos pela crise climática, mas não estão em posição de tomar decisões. Enquanto as pessoas que podem fazer a mudança acontecer, não enfrentarão as consequências”, alerta Wim Thiery, um dos autores, citado pelo jornal The Washington Post.
Ao limitar o aumento da temperatura global a 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, o risco de exposição dos bebés recém-nascidos ao calor extremo poderia diminuir quase para metade.
Também reduziria a perda de colheitas e a ocorrência de secas e cheias um pouco por todo o mundo, aponta o estudo.