Investigadores concluíram que as crianças que passam mais tempo a jogar consolas, a ver televisão ou ao computador têm mais probabilidades de ter problemas comportamentais e emocionais e de apresentar sintomas de Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). Também podem ser mais propensos a ter dificuldades de aprendizagem ou de competências sociais.
Em contrapartida, as crianças que passam mais tempo a brincar ao ar livre e que têm maior acesso a espaços “verdes” para brincar e aprender têm menos probabilidades de ter estes traços indesejáveis, referem os autores.
Com base em dados de 186 estudos anteriormente publicados, o estudo encontra-se publicado na revista PLOS ONE.
Tecnologia não pode ser único tempo livre
A prevalência de doenças mentais entre crianças e adolescentes está a aumentar em todo o mundo. Segundo os autores, a tecnologia não se deve tornar a única coisa que as crianças fazem nos seus tempos livres.
Nos Estados Unidos, as crianças e adolescentes passam, em média, entre quatro e seis horas por dia a utilizar dispositivos com ecrãs. Significa que podem estar demasiado expostos a violência e publicidade enganosa, entre outros conteúdos potencialmente problemáticos, alerta a Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente.
Natureza promove mais bem-estar e equilíbrio
A natureza é um recurso de saúde pública subaproveitado para promover o bem-estar psicológico dos jovens numa era de alta tecnologia, acreditam os autores.
O tempo de monitorização do ecrã pode ser difícil para os pais, especialmente no momento em que muitas crianças transitaram para a aprendizagem online devido às restrições da Covid-19.
Os autores defendem que os pais devem tentar encorajar um equilíbrio de atividades. Por exemplo, se uma criança passa uma hora num videojogo, será útil encorajá-la a brincar na rua durante a hora seguinte.