Investigadores conduziram um estudo para avaliar o impacto das alterações climáticas em mulheres grávidas. Publicadas no JAMA Network Open, as conclusões referem que os bebés estavam em maior risco quando as suas mães viviam em zonas com menos qualidade do ar ou com calor mais intenso.
Os resultados aumentam as preocupações já existentes sobre os muitos efeitos possíveis das alterações climáticas sobre a saúde, referem os autores. O aquecimento global não só conduz a “eventos climáticos extremos” – como ondas de calor, secas e inundações – mas também está intimamente ligado à poluição do ar, uma vez que os dois se alimentam um ao outro.
A revisão incluiu 68 estudos feitos em vários estados americanos, abrangendo um total de quase 32,8 milhões de nascimentos. De 57 estudos sobre a poluição do ar, 84% constataram que as mulheres em áreas mais poluídas estavam em maior risco. O mesmo aconteceu com nove em cada dez estudos sobre exposição ao calor.
Ar poluído e altas temperaturas são um risco para as futuras mães
Existem razões biológicas que explicam que tanto o ar poluído como as altas temperaturas podem ser arriscadas para as futuras mães. Os pequenos fragmentos de partículas presentes na poluição do ar podem ser inalados profundamente nos pulmões e causar inflamação generalizada no corpo.
Mulheres com condições de saúde crónicas, como a asma, podem ser particularmente suscetíveis. O estudo encontrou uma associação entre a poluição do ar e as complicações da gravidez mais forte entre as mulheres com asma.
O calor intenso é um problema em parte porque a gravidez altera a capacidade do corpo para regular a temperatura. A investigação sugere que o calor altera o fluxo sanguíneo para a placenta, ou causa desidratação, entre outras situações.
Não fumar, tentar evitar o fumo passivo e a poluição do trânsito são recomendações apontadas na sequência do estudo. A defesa de políticas que visem as alterações climáticas são também consideradas urgentes.