A UNICEF Office of Research – Innocenti divulga o Report Card 16, intitulado “Mundos de Influência: Compreender as dimensões que influenciam o bem-estar das crianças nos países desenvolvidos”.
O documento analisa dados pré-COVID-19 e apresenta uma tabela classificativa relativamente à saúde mental e física das crianças e às suas competências académicas e sociais nos países desenvolvidos.
Holanda, Dinamarca e Noruega são os melhores países para se ser criança
Segundo o relatório, a Holanda, a Dinamarca e a Noruega surgem nos três primeiros lugares da tabela como os melhores países para se ser criança.
O Report Card 16 apresenta uma visão mais ampla da criança e do seu bem-estar nos países desenvolvidos, integrando as dimensões da saúde mental, física e das competências académicas e sociais.
O documento demonstra que o bem-estar da criança é influenciado pela qualidade das suas relações interpessoais, pelos recursos da sua família e comunidade, bem como pelas políticas públicas nacionais e os contextos social, educativo, económico e ambiental.
41 países da UE e da OCDE participam no relatório
Problemas como a pobreza, a exclusão social e a poluição condicionam o bem-estar mental e físico das crianças, bem como as oportunidades para desenvolverem competências.
O suicídio, a infelicidade, a obesidade e o baixo nível de competências sociais e académicas tornaram-se características comuns da infância nos países desenvolvidos.
Publicados há 20 anos, os Report Cards da UNICEF utilizam dados nacionais comparativos para classificar 41 países da UE e da OCDE sobre a infância.
“Muitos dos países mais ricos do mundo – que têm os recursos necessários para proporcionar uma boa infância a todas crianças – estão a falhar“, afirma Gunilla Olsson, Directora da UNICEF Innocenti.
Pouco apoio familiar e bullying são problemas atuais
Na maioria dos países, menos de quatro quintos das crianças revelam estar satisfeitas com as suas vidas. A Turquia tem a taxa de satisfação mais baixa, com 53%, seguida do Japão e do Reino Unido. As crianças que têm menor apoio familiar e as que sofrem de bullying têm uma saúde mental significativamente mais débil.
A Lituânia tem a taxa mais elevada de suicídio entre adolescentes, uma das principais causas de morte entre os jovens de 15-19 anos nos países ricos, seguida da Nova Zelândia e da Estónia.
Obesidade infantil aumenta e faltam competências
As taxas de obesidade e excesso de peso entre as crianças têm aumentado nos últimos anos. Cerca de 1 em cada 3 crianças em todos os países são obesas ou têm excesso de peso. Este número também tem vindo a aumentar de forma acentuada no Sul da Europa. Em mais de um quarto dos países ricos, a mortalidade infantil ainda é superior a 1 por cada 1000.
Em média, 40% das crianças de todos os países da OCDE e da UE não têm competências básicas de leitura e matemática quando atingem os 15 anos de idade. As crianças na Bulgária, Roménia e Chile são as menos proficientes, enquanto a Estónia, a Irlanda e a Finlândia são as mais proficientes. Na maioria dos países, pelo menos 1 em cada 5 crianças não tem confiança nas suas aptidões sociais para fazer novos amigos. As crianças no Chile, no Japão e na Islândia são as menos confiantes nesta área.
Covid-19 intensifica ameaças ao bem-estar das crianças
O relatório também inclui dados sobre algumas áreas onde existiu um claro progresso no bem-estar das crianças. Em média, 95% das crianças em idade pré-escolar estão agora inscritas em programas de aprendizagem organizada, e o número de jovens com idades compreendidas entre os 15-19 anos que estão fora da escola, a trabalhar ou a ter formação diminuiu em 30 de 37 países. No entanto, este progresso está em risco devido ao impacto da Covid-19.
Os países também são classificados com base nas políticas que apoiam o bem-estar das crianças e outros fatores, incluindo a economia, a sociedade e o ambiente. A Noruega, a Islândia e a Finlândia têm as melhores políticas para apoiar o bem-estar das crianças. Em média, os países gastam menos de 3% do seu PIB em políticas familiares e da infância.
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das crianças de todos os países da OCDE e da UE não têm competências básicas de leitura e matemática quando atingem os 15 anos de idade.
