Banco Mundial e UNICEF revelam que a pandemia de Covid-19 irá agravar a pobreza infantil a nível global. Em Portugal 22,3% das crianças vivem em situação de pobreza, a maior taxa de risco de pobreza entre todos os grupos etários.

Estima-se que 1 em cada 6 crianças (356 milhões) a nível mundial vivia em extrema pobreza antes da pandemia. A situação deverá agravar-se de acordo com um novo relatório do Grupo do Banco Mundial e da UNICEF: “Global Estimate of Children in Monetary Poverty: An Update.

A África Subsaariana representa dois terços das crianças que vivem em lares que lutam para sobreviver com uma média de $1.90 por dia ou menos por pessoa (o equivalente a €1,61). É a medida internacional para a pobreza extrema. O Sul da Ásia é responsável por quase um quinto destas crianças.

A pobreza infantil em Portugal

As crianças são o grupo mais afetado pela pobreza nas suas diferentes dimensões com repercussões a curto e a longo prazo. As intervenções centradas na criança, e não apenas na família e nos seus rendimentos, contribuem para promover a resiliência da criança e quebrar ciclos de pobreza.

Os níveis de pobreza infantil continuam a ser preocupantes em Portugal:

22,3%
Das crianças vivem em situação de pobreza, a maior taxa de risco de pobreza entre todos os grupos etários (taxa de risco total é de 21,6%) (Eurostat, 2019/ Pordata, 2019)

18,5%
Ds crianças constituem o grupo etário em maior risco de pobreza após transferências sociais (INE, 2018)

5
Gerações são necessárias para que os descendentes de uma família de baixos rendimentos alcance o nível de rendimento médio (OCDE, 2018)

 A taxa de risco de pobreza é mais elevada em famílias com filhos, nomeadamente, em famílias numerosas (30,2%) e em famílias monoparentais (33,9%) (INE, 2018). A presença de crianças num agregado familiar continua a estar associado a um risco de pobreza acrescido.

Portugal tem um dos níveis mais altos de desigualdade de rendimentos da União Europeia e da OCDE.

Mais informações em Unicef Portugal.

A pobreza infantil a nível global

Apesar de as crianças representarem cerca de um terço da população mundial, cerca de metade dos que vivem em situação de extrema pobreza são crianças. 

As crianças têm mais do dobro da probabilidade de viveram em extrema pobreza do que os adultos (17,5% de crianças vs. 7,9% de adultos). 

As crianças mais novas são as mais pobres. Quase 20% de todas as crianças com menos de cinco anos no mundo, nos países em desenvolvimento, vivem em lares extremamente pobres. 

Todas as regiões do mundo registaram níveis variáveis de declínio na pobreza extrema entre as crianças. Na África Subsaariana houve um aumento de 64 milhões no número absoluto de crianças a lutar para sobreviver com 1.90 dólares por dia, de 170 milhões em 2013 para 234 milhões em 2017. 

A pobreza infantil é mais prevalente nos países frágeis e afectados por conflitos, onde mais de 40% das crianças vivem em agregados familiares extremamente pobres, em comparação com quase 15% das crianças noutros países.