As crianças pequenas com diagnóstico de autismo podem diminuir a gravidade dos sintomas durante os primeiros anos de vida, revela estudo.
Ana Margarida Marques

Um estudo do UC Davis MIND Institute, da Universidade da Califórnia, demonstrou que quase 30% das crianças pequenas apresentou sintomas de autismo menos graves aos seis anos do que aos três anos de idade. Em alguns casos, as crianças deixaram de ter o diagnóstico de autismo.

Estudos anteriores mostraram resultados inconsistentes em termos de alterações na gravidade do autismo durante a infância. Até à data, o consenso tem sido que a gravidade do autismo permanecia igual ao longo da vida. 

No estudo participaram 125 crianças, das quais 89 meninos e 36 meninas. A investigação analisou as mudanças dos sintomas da doença na primeira infância e os fatores potenciais associados a tais mudanças. 

A descoberta mais relevante é que a gravidade dos sintomas das crianças pode mudar com a idade e que as crianças poderão melhorar de forma progressiva.

Contudo, os autores adiantam que não é possível prever quais as crianças que podem vir a desenvolver sintomas mais graves de autismo e se precisam de intervenções diferentes.

Outra conclusão é que as meninas e meninos podem ser caracterizados com diferentes manifestações de sintomas de autismo. As meninas podem apresentar melhores resultados de desenvolvimento do que os meninos, nomeadamente em cognição, sociabilidade e capacidades de comunicação. 

Os autores também concluíram que as crianças com níveis de QI mais elevados têm uma maior probabilidade de reduzir os sintomas da doença.

O estudo encontra-se publicado na revista Journal of Autism and Developmental Disorders.