No ventre o bebé começa a captar e a assimilar as vozes e as conversas do exterior. Quando nasce a criança começa a vocalizar sons, retém e imita sons, aprendendo a coordenar os movimentos com a respiração.
Dos nove aos 12 meses, o corpo já se movimenta e dança, reagindo à voz cantada e aos instrumentos. Entre os dois e os três anos, despoleta a espontaneidade e a capacidade de a criança reproduzir tudo o que ouve.
Segundo Edwin Gordon, investigador na área da psicologia e pedagogia da música, “até aos 18 meses, uma criança manterá pro- vavelmente a boca aberta enquanto escuta música, numa aparente tentativa de absor- ver tanta informação quanto possível”.
Embora seja capaz de produzir sons, a criança só consegue falar ou cantar quando a laringe adquire a forma definitiva (a partir de um ano).
Aquisição da linguagem
As crianças devem ouvir música, cantar e expressar-se corporalmente na fase em que ainda não aprenderam a falar, porque quando se estimula o ritmo e o movimento corporal aumenta-se a capacidade de falar com uma boa articulação.
“A música expõe o bebé a um conjunto de elementos sonoros e expressivos que são comuns a outras formas de linguagem, nomeadamente à linguagem verbal. Quando estamos a estimular os sentidos, e em particular o sentido auditivo, estamos a diferenciar sons e a contribuir para a aquisição também da competência linguística”, explica Helena Rodrigues.
Capacidade motora e racional
A música na primeira infância ajuda também a criança a desenvolver-se em termos motores. Segundo Edwin Gordon, “ao responder ao ritmo através do movimento, o corpo está a fornecer ao cérebro informações para este processar e, portanto, é o corpo que, em última análise, fornece ao cérebro a compreensão. Assim, o corpo é a fonte da aptidão musical ou do seu potencial, enquanto o cérebro é a fonte do desempenho musical”.
A música ajuda a estimular a criança a ex- plorar o conhecimento e o raciocínio, impli- cando da criança uma motivação para uma construção, interação social e aprendizagem contínua.
A música expõe o bebé a um conjunto de elementos sonoros e expressivos que
são comuns a outras formas de linguagem, nomeadamente à linguagem verbal.
Interação social e afetiva
A música influencia positivamente as relações de confiança que os adultos constroem com a criança. Segundo Helena Rodrigues, é benéfico o lado lúdico da música entrar na rotina dos pais e da criança, antes do sono, durante o banho ou na hora das refeições.
A música é um meio que potencia o contacto mediado pelo corpo e pela voz. “Por exemplo, embalar o bebé no colo com diferentes ritmos. É magnífico cantar para o bebé… Não é preciso saber cantar bem, basta fazê-lo de acordo com a intuição e o interior de cada um”, aconselha.
Outro estímulo importante é cantar e dançar com a criança quando for mais crescida.
“Até aos 18 meses de idade é essencial a exposição da criança a canções sem texto, usando uma sílaba neutra, como “nanana”, “bababá” ou “parara””.
Na fase de explosão da linguagem (18-24 meses), as crianças já reclamam vivamente a presença do texto.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Teoria de Aprendizagem Musical, Edwin E. Gordon