A vacina é segura, eficaz e necessária
Este artigo poder-se-ia resumir numa linha: “A vacina anti-covid é eficaz, segura e necessária!”. Estava tudo dito. Eficaz, segura e necessária. Num “mundo normal” deveria ser o suficiente para os pais vacinarem os seus filhos, designadamente na faixa hoje em questão (12-15 anos) e também a partir dos 16 anos, em que as regras já estavam estabelecidas, mas em que ainda há resistências e a ideia de que «depois do verão, logo se vê».
Multiplicam-se as opiniões, e às vezes dá vontade (quase) de rir (ou de chorar!) quando penso que tive de estudar tantas décadas o assunto para agora ver, nos media, jornalistas, enfermeiros, analistas, políticos e tantos outros a perorarem sobre o assunto, cheios de “certezas científicas”. Cada um diz a sua coisa e, mesmo entre os médicos, que são quem se deveria prioritariamente pronunciar sobre o assunto, não abundam os pediatras e muitos dos que aparecem são gastroenterologistas ou cardiologistas e não pediatras comunitários ou, dito de outra forma, médicos de saúde pública pediátrica.
Multiplicam-se as vozes que comentam a baixa de anticorpos ao fim de 6 meses, mas só hoje ouvi o Professor Robalo Cordeiro dizer, “sem espinhas”, aquilo que repeti aqui em casa «n» vezes: os anticorpos circulantes são detetados no sangue (é como ver, perdoem-me a metáfora, quantos “soldados” estão na rua). Todavia, as defesas são também celulares e essas não se detetam assim, com análise de sangue (será então ver quantos «soldados» estão nos quartéis).
Quem diz isto, diz tanta coisa em que a ignorância, os erros, as mentiras, a desinformação e, também, tantos a porem-se em bicos de pés com «diplomas de especialistas» adquiridos há escassos dias, têm levado a discussão de uma forma canhestra, cientificamente incorreta e atrevia-me a dizer “idiota”.
Repito: a vacina é segura, eficaz e necessária.
Para a criança permite proteção, e a história de que nada acontece às crianças não é bem verdade: mesmo que o número dos que são internados ou vão para cuidados intensivos seja muito reduzido, estamos a falar de pessoas. Sim, de pessoas. Depois, sabemos cada vez mais, à medida que a pandemia avança, que muitos dos infetados têm efeitos colaterais a médio e longo prazo (tão longo quanto a pandemia pode dizer, dado que só passaram escassos 20 meses), designadamente psicológicos, neurológicos, respiratórios, fraqueza, etc. Por outro lado, as crianças são transmissoras para a família e para a sociedade, onde estão ainda muitas pessoas vulneráveis. Finalmente, não queremos (eu não quero!) ver, pelo terceiro ano seguido, a disrupção que o ano letivo tem sofrido, e que penaliza (como sempre) os mais desfavorecidos, sem apoio, pobres e isolados.
A vacina, para o grupo dos 12-15 (e para os mais velhos) é segura, eficaz e necessária. O sistema de vacinas de Portugal, um dos melhores do mundo, está apto a vacinar todas estas crianças. Não esperem, não se deixem enrolar por argumentos maliciosos e ultrapassem as dúvidas decorrentes do facto de o processo ter sido um bocado «coiso». Vacinem os vossos filhos, com uma vacina que é necessária, eficaz e segura!